Jamais sair dessa roda gigante mas
trocar de carrinho como a mente troca
de sonho, posto que está na ficção do sono, mas
há também numa parte de ser
do sono onde o corpo ocupa o lugar do sonho e
o espírito torna-se invisivelmente
e a carne passa à ficção como se
a morte fosse, e sendo assim, a maravilha.
Eu tratarei meu corpo como uma obra
para que reste
como testemunha, as leviandades
da beleza intocada que dorme
como na morte que tem na sua
linguagem própria o assustador
silêncio das auroras
boreais.
E se me pre-ocupo
devolvo-te palavras
a brincar, a brincar, a brincar:
quero figos azulados enaltecendo
o marfim do ventre
quero a África
a luz negra sobre e apenas sobre
a cegueira solar
e quero o
---- direito
des-perso analizado das palavras
e mesmo que com isso caia sobre
nossas cabeças e caia sobre apenas
caia sobre, insistentemente como
existir, pois esta é a preguiça das coisas:
vão existindo, havendo, qualquer objeto
sobre outro objeto sobre outro sobre
as palavras estendidas que cairão
sobre nossos sexos inquietados
essas gentes
cegas
a ignorar a única ficção
o homem.