Para-me! Gritocão

Este blog é um convite. Adentrem. Passando pela ombreira da linguagem, chegando ao que chamaremos de livro. Tirem os sapatos, fiquem à vontade, não há ninguém em casa. Apenas mantenham as janelas abertas para dar vasão.
PARA-ME [GRITOCÃO]

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ergo com pesada dificuldade
a cabeça adentrada e

Eles me sorriem.

A cama é a desavença da mesa,
o que opõe suas similaridades.
Observo a desavença do
meu pensamento.

Eles sorriem.

As árvores se agrupam ao longo
dos anos que passaram para onde?

Meus dedos pensam que a copa das árvores
são as raízes do centro da terra e
que o perfume das flores é a putrefação
do magma de deus.

Eles sorriem com as bocas prenhes
de voz mesclada à comida salivada
babando palavras velhíssimas.
Apontam com os dedos tortos a fonte,
indicam os jardins, as minhas roupas,
o céu e a poeira odiosa dos livros.

Eu tapo os ouvidos inutilmente porque
suas vozes saltam além do buraco das bocas.
Ergo meus braços enquanto despenca
minha cabeça como se forçasse sobre ela
o peso das sementes.

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