Para-me! Gritocão

Este blog é um convite. Adentrem. Passando pela ombreira da linguagem, chegando ao que chamaremos de livro. Tirem os sapatos, fiquem à vontade, não há ninguém em casa. Apenas mantenham as janelas abertas para dar vasão.
PARA-ME [GRITOCÃO]

terça-feira, 27 de dezembro de 2011


viver está encerrado enquanto
se acredita.

me acerco, uma individualidade
força a penetrar naquilo
que não logro, onde
não é meu, porque
meu não há e
viver está fadado a
crer e Eu
não.

fingi, nesses mortos
forjei vê-los
viemos ao hoje, ao agora
e continuamos
ao agora
agora
a este agora
agora.

[ a fresta da minha alma sopra portas esquecidas entreabertas
as palavras estão muito velhas

quem poda a vida
quem pode a vida ]

Eu limpo essa cas(c)a para
que ela re-produza excrementos por
e para isso eu
me alimento eu
me banho eu
te beijo,

Tu, eu beijo.
Eu Tu beijo agora para
que esteja claro enquanto
tal 
a sombra e a luz.

eutubeijo em silêncio sem
as palavras cansadas dos
séculos, velhas.
tu ainda me lês por
essas palavras podres na boca não
menos apodrecida
tu que me tens agora, respira
firme comigo:

eutubeijo para que
tubeijar possa ser, talvez
o refúgio dos viventes
eutubeijo a
cada manhã como
quem crê, como
recolho meias sujas pelo 
chão, asseio os objetos dispostos,
saio a caminhar,
com a fidelidade do tempo e
com a certeza desses
homens que crêem que
vivos estamos.

tubeijo,

recolho as meias,
amacio meu corpo na cama como
acaricio o resto da casa na
lixeira, a zelar por
palavras mais vivas, por
algum sentido,

tubeijo,

e grito à voz das palavras

nesta  casa  há dança
nesta  casa a dança
nesta casadança
acasadança
casadança

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