Desatentamente os olhos que me
m-olharam, ao sabor dos movimentos sonoros
balbuciados aos impulsos de uma
vontade inominada - tal é o andamento
apaixonado do tempo pelo tempo -
enebriaram os meus olhos reais por traz
da fantasia. Foi num sonho em que eu bebê
se viu, a mim, tristemente nas paredes geladas
de uma barriga morta, posto nem tudo
nasce com o ser. E o resto fica a
se imaginar nas coisas e essa, penso,
é a Liberdade daquilo que não existe.
Na precariedade dos nomes sente-se o
menor e ignora-se que
nem tudo, nada, quer ser o que diz:
Que o dia é o quebra-cabeça do seu
desejo maior, que a noite é o sonho de toda
luz. Não posso, e sei. E digo:
o que quiser, eu digo. E repito: digo.
Digo que os meus restos ainda correntes
nas lembranças uterinas é que pensam em
mim, e me transformam na pequinês exposta,
enquanto tudo impensado é livre para sonhar. Tudo
sonha alto na delicadeza estática
das coisas. Tudo zumbe, sonha e goza. E
se vejo o rádio não vejo o sonho do rádio, se a geladeira,
os sapatos, os corrimões n-as íntimas roupas mofadamente
frias e prematuras nos banheiros. se vejo e digo: não posso
nem nos ruídos ri-sonhos dos desejos de ser o
que não se é das coisas e me entristeço porque
sei o que digo sem ver, pois o bebê da lembrança
eu resto da memória feminina, assassinado
desapercebidamente, abriu a luz dos olhos assustados e
me atirou um:
você!
m-olharam, ao sabor dos movimentos sonoros
balbuciados aos impulsos de uma
vontade inominada - tal é o andamento
apaixonado do tempo pelo tempo -
enebriaram os meus olhos reais por traz
da fantasia. Foi num sonho em que eu bebê
se viu, a mim, tristemente nas paredes geladas
de uma barriga morta, posto nem tudo
nasce com o ser. E o resto fica a
se imaginar nas coisas e essa, penso,
é a Liberdade daquilo que não existe.
Na precariedade dos nomes sente-se o
menor e ignora-se que
nem tudo, nada, quer ser o que diz:
Que o dia é o quebra-cabeça do seu
desejo maior, que a noite é o sonho de toda
luz. Não posso, e sei. E digo:
o que quiser, eu digo. E repito: digo.
Digo que os meus restos ainda correntes
nas lembranças uterinas é que pensam em
mim, e me transformam na pequinês exposta,
enquanto tudo impensado é livre para sonhar. Tudo
sonha alto na delicadeza estática
das coisas. Tudo zumbe, sonha e goza. E
se vejo o rádio não vejo o sonho do rádio, se a geladeira,
os sapatos, os corrimões n-as íntimas roupas mofadamente
frias e prematuras nos banheiros. se vejo e digo: não posso
nem nos ruídos ri-sonhos dos desejos de ser o
que não se é das coisas e me entristeço porque
sei o que digo sem ver, pois o bebê da lembrança
eu resto da memória feminina, assassinado
desapercebidamente, abriu a luz dos olhos assustados e
me atirou um:
você!
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