Para-me! Gritocão

Este blog é um convite. Adentrem. Passando pela ombreira da linguagem, chegando ao que chamaremos de livro. Tirem os sapatos, fiquem à vontade, não há ninguém em casa. Apenas mantenham as janelas abertas para dar vasão.
PARA-ME [GRITOCÃO]

sábado, 21 de janeiro de 2012

Tomo ódio pelas palavras a partir
de então:
esse artifício amoral que escorre
vulgar pelas bocas noturnas noutras bocas,
ouvidos, pelo corpo deslizadamente
gozoso

Tenho ódio dessas palavras tão
sem personalidade que transitaram entre
nossos líquidos, os ossos laterias, as cavidades
úmidas denominadamente pelos
dizeres infiéis

Tenho ódio das palavras e
minha maior tristeza é tê-las, e
somente a elas para
isso

Posto que ao homem tudo
é destinado, amor

Tudo, e nada se ama, pois
há o impenetrável das coisas, uma
alucinada melancolia em se ver fotografado e
dizer: isso é vida, isso não

Tenho ódio. Ódio pela
madrugada adentro:
Ó dio!

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